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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Travessia Lapinha Tabuleiro


Este post é dedicado à famosa Travessia Lapinha-Tabuleiro, na Serra do Cipó.

Travessia Lapinha Tabuleiro
Dificuldade: média
Distância : 42km
Duração do roteiro : 2 a 3 dias


Leia também:
Lapinha - Bicame e Lajeado
Lapinha - Cachoeiras Fáceis

Este post tem as seguintes seções:
1.Local
2.Atrações
3.Logística
3.1.Distâncias x preços
3.2.Estradas
4.Roteiro
4.1.Detalhado
4.2.Resumo
5.Navegação
5.1.Mapa
5.2.Pontos de Referência
5.3.Elevação da Trilha
6.Atrações - detalhado
7.FAQ
8.Dicas
9.Relato, Fotos e Vídeos
10.Diego veste
11.Agradecimentos


Local
  Inicio: Distrito de Lapinha, MG. Fim: Distrito de Tabuleiro, MG.

Atrações
  • Cachoeira de Tabuleiro por cima (vista)
  • Poços do Rio Santo Antônio (Rio da Cachoeira do Tabuleiro)
  • Cachoeira de Tabuleiro
  • Casa da Ana Benta e Casa da Dona Maria (abrigos-"albergue"-camping)


Logística
Ida: Belo Horizonte --> Santana do Riacho --> Lapinha
Volta: Tabuleiro --> Conceição do Mato Dentro --> Belo Horizonte

Para realizar esta travessia, você deve ter disponibilidade de um transporte que te deixe no distrito de Lapinha (ou Santana do Riacho) no primeiro dia e que te pegue no distrito de Tabuleiro no último dia. Pode-se alugar uma van (preço levemente salgado, em geral) ou alguém da turma que queira apenas curtir as cachoeira de Lapinha de um lado e depois seguir de carro para Tabuleiro para curtir as cachoeiras de lá do outro, enquanto espera a turma que vai realizar a Travessia.

Se esse transporte não for possível, pode-se fazer toda a logística com transporte público + carona/taxi - é mais tranquilo, apesar que demora mais.

Ida:
A Saritur leva de Belo Horizonte até Lapinha, mas esse  trecho possui apenas 1 dia/horário, as sextas feiras as 18h. Os outros horários desta linha levam apenas até Santana do Riacho (de Santana do Riacho até Lapinha são 12km de carro ou 9,8km a pé).

Caso só consiga o ônibus que para em Santana do Riacho, pode optar por fazer o trecho Santana do Riacho --> Lapinha a pé, ou tentar a sorte de arranjar uma carona. Em último caso pode pegar um taxi também (não deve ficar muito caro).

Trilha Santana Do Riacho --> Lapinha : Pouquissimos detalhes sobre essa trilha na internet. É quen a verdade, os ~8,5km iniciais dela são a própria estrada de terra. (não é uma trilha). Nesse ponto, você corta a estrada (aí sim é trilha) economizando cerca de 2,2km de pernada, voltando para a estrada de terra, totalizando cerca de 9,8km de caminhada (um pouco menos do que se fosse sempre pela estrada de terra). Esse corte na estrada de terra está marcado no mapa deste post.

Volta: 
Também não existe linha de ônibus que faça o trecho Tabuleiro --> Conceição do Mato Dentro. Para esse trecho é necessário conseguir carona ou pedir um táxi, que deve sair por volta de R$50,00 (não vale a pena fazë-lo a pé. São 24km, seria muito árduo..). Logo, você pode pegar a linha do Serro de Conceição até BH. O preço é de R$37,50.


OrigemDestinoDistancia (km)Tipo de TransporteValor (R$)Obs
BHSantana do Riacho119Ônibus27,50
BHLapinha131Ônibus27,50Só as sextas feiras
Santana do RiachoLapinha9,8Trilha0
Santana do RiachoLapinha12Taxi?
TabuleiroConceição do Mato Dentro~22Táxi~50estimativa
Conceição do Mato DentroBH145Ônibus37,50
Importante: Sempre ligue para as empresas de ônibus para confirmar horários e preços, que mudam conforme o  tempo.


Estradas:
Belo Horizonte - Santana do Riacho
A estrada é boa, sendo asfalto em quase toda sua extensão, pegando apenas poucos kms de terra no fim do trecho.

Santana do Riacho - Lapinha
Pega-se apenas estrada de terra, em situação média/ruim. Existem algumas inclinações que podem complicar para carros de passeio.

Tabuleiro - Conceiçao do Mato Dentro
Estrada de terra nível médio : boa conservação em geral, mas com algumas inclinações complicadas para carros de passeio.

Conceição do Mato Dentro - Belo Horizonte
Asfalto durante todo o trecho, em boas condições (poucos buracos). Estrada com muitas curvas, atenção.

Melhor época para ir:
Se quer favorecer o nado OU quer ver muita água, apesar do risco de chuvas: vá entre novembro e abril.
Se não faz tanta questão de nadar assim: vá entre maio e agosto.


Roteiro
Este passeio pode ser feito, tipicamente em 3 dias (em um ritmo normal) ou em 2 dias (num ritmo mais puxado). Vamos sugerir a opção de 3 dias, que foi a que fizemos.

Dia 1: Prainha e Casa da Ana Benta
Ponto de Partida : Centro de Lapinha
Ponto Final : Casa da Ana Benta.
Distância: 10,2km
Depois de chegar ao distrito de Lapinha, inicia-se a caminhada de desde o centro, indo em direção as famosas cachoeiras de Lapinha. Atravessado o laguinho segue-se a direita, bordeando a montanha, como se estivesse indo para Cachoeira Lajeado (veja post Bicame e Lajeado, referência no início deste post).  Na primeira oportunidade possível, comece a subir a montanha a esquerda. Essa subida é média, não muito inclinada, exceto o seu final.
Passe  pela mini-capelinha-de-uma-pessoa-só. Em um dado momento, ocorre uma bifurcação de contra-senso. Para a direita, na trilha de melhor condição e mais plana, segue-se para Lajeado por cima, mas você deve seguir pela esquerda, na trilha em pior condição, subindo a montanha, trilha essa que te continuará guiando pelo caminho certo.

A partir daí, a trilha fica amena até a chegada na Casa de Ana Benta.

Passa-se por um campo extenso, e logo chega-se a um ponto bom para parar e descansar um pouco. Sombra e água fresca.
Depois da parada, passa-se pelo famoso Curral de Pedras e segue-se cerca de 4km até chegar à Prainha - lugar que você vai querer parar.

Curta umas 1h na Prainha e depois siga refrescado até a casa da Ana Benta.
Faltando apenas 1km , há uma placa numa bifurcação. Siga a direita para a Casa da Ana Benta.


Dia 2: Dona Maria e Tabuleiro de Cima
Ponto Inicial: Casa da Ana Benta
Ponto Final: Casa da Dona Maria (+ ida e volta para alto de Tabuleiro)
Distância: ~22,0km

Tome o café na Casa de Ana Benta e saia tranquilo em direção a Casa de Dona Maria. A trilha no começo do segundo dia é também um pouco confusa, não ficando muito claro por onde seguir. O seu objetivo é virar a direita e subir o morro. No entanto, próximo à trilha para a casa da Dona Maria, existe outra trilha que leva  para o JUQUINHA, bem distante. Cuidado para não pegá-la!

São 8,1km que separam a casa da Dona Maria e da Ana Benta.

É importante ver o mapa nesta parte da trilha pois a trilha para Juquinha e para Dona Maria, no começo tem a mesma direção, mas logo depois que a montanha acabou a Juquinha segue a sudeste, e Dona Maria mais para leste. Gaste uns minutinhos para analisar essa parte do mapa (mais abaixo). E não ache que só com a explicação escrita desta trilha você vai acertar. Leve bussola e/ou GPS.

Suba o morro numa boa. Lá em cima, novamente um ponto de contra-senso. A trilha se encontra com a estrada que leva para o Juquinha novamente, uma estrada de terra 4x4, a qual você não deve seguir. Ao invés disso, corte a estrada, virando um pouco para a esquerda, em direção a porteira. Essa e a porteira Ana Benta-Dona Maria. Depois dessa porteira nao ha mais confusões na trilha. Siga-a até encontrar a casa.

Lá, aproveite pra se instalar na area de camping e reconhecer o local pra logo depois ja partir para a parte de cima da Cachoeira de Tabuleiro.

Deve-se descer o morro a frente e sempre ficar para a direita. Voce vai passar por duas bifurcações, em ambas, siga adiante. Depois dessas duas bifurca'coes siga pela trilha normalmente.

A trilha segue ate o leito do rio Santo Antonio, que é o rio que forma a Cachoeira de Tabuleiro.
Para chegar na ponta da cachoeira e preciso andar cerca de 400m  sobre pedras, no leito do rio, a trilha e tranquila.

São 3 poços de fácil acesso antes da queda (devem existir outros voltando pelo leito do rio). O melhor poco e o do meio, com uma extensao de cerca de 50 metros, por 5 de largura e cerca de 3m de profundidade (maximo).

Antes de voltar para a Casa da Dona Maria, de uma margeada pela montanha da cachoeira, pela direita (pra quem esta olhando para a queda) ate conseguir ve-la de perfil.  É o miraten da Cachoeira Tabuleiro. Dá pra seguir a trilha, apenas que ela pode confundir um pouco por estar rala.

Depois volte pela trilha de volta a Casa da Dona Maria. Alguns pontos na volta ficam confusos, existem algumas bifurcações "visíveis apenas na volta" - sugerimos utilizar GPS para não confundir e nao perder muito tempo.


Dia 3: Tabuleiro
Ponto Inicial: Casa da Dona Maria
Ponto Final: Distrito de Tabuleiro
Distância: 10,1km

Saindo do mesmo ponto (Casa da Dona Maria), na primeira bifurcação vire à esquerda, sempre descendo morro abaixo. No meio da descida, procure a sua direita onde comecará a ir em direção a cachoeira, de fato. Nós, em certo ponto saimos da trilha e cortamos a direita pra ganhar caminho, mas você pode continuar pela trilha até chegar a Sede do Parque. Sugerimos fortemente deixar seus mochilões em algum ponto antes de encontrar com a trilha oficial para a Cachoeira   (nos deixamos as mochilas no ponto marcado no mapa). Voce tambem pode deixar as mochilas na sede do parque. Não ha problema em chegar na sede por dentro. A unica questão é que deixando na sede, você irá pagar a entrada. Deixando em algum lugar aleatório, você não paga a entrada.

Depois de escolhido o lugar, desça ate a trilha oficial e siga normalmente em direção a cachoeira.

Roteiro - Resumo
Dia 1:
07:30 - 11:30 : Ônibus BH - Santana do Riacho
11:30 - 12:30 : Trecho Santana do Riacho - Lapinha
13:00 - Início da Travessia
16:30 - Chegada a Prainha.
16:30 - 17:30 - Prainha - Parada - curtição.
17:30 - 18:30 : Trecho Prainha - Casa da Ana Benta

Dia 2:
08:00 - Saída da Casa da Ana Benta.
11:00 - Chegada na Casa da Dona Maria
11:00 - 13:00 : Trecho Casa a Dona Maria - Tabuleiro por Cima.
13:00 - 16:30 - Chegada em Tabuleiro por cima.- Parada Curtição
16:30 - 19:00 : Volta à Casa da Dona Maria

Dia 3:
08:00 - 12:30 - Trecho Casa da Dona Maria - Tabuleiro por Baixo
12:30 - 14:30 - Chegada em Tabuleiro - Parada Curtição
14:30 - 16:30 - Cachoeira Tabuleiro - Distrito de Tabuleiro
16:30 - 17:30  Poço Pari - Parada Curtição
17:30 - Camping (ou volta a BH)

Dia 4 - Volta a BH.

Navegação

 Mapa:

Visualizar Br.Mg.Travessia Lapinha Tabuleiro em um mapa maior


Pontos de Referência:
Pontokm
Centro de Lapinha0
Bifurcação 11,58
Mini-Capela-De-Uma-Pessoa-Só3,23
Bifurcação 23,64
Porteira 13,73
Rio com sombra4,92
Curral de Pedras + Cruz5,17
Porteira 25,74
Curral Antigo6,38
Porteira 3 + Travessia Rio Pequeno7,11
Prainha8,10
Placa Casa Ana Benta9,02
Casa Ana Benta10,10


Dia 2

Casa Ana Benta0
Porteira 41,20
Travessia de Rio Pequeno1,57
2 Paus 2,40
Cruze de Estrada3,10
Porteira Ana Benta-Dona Maria3,29
Porteira 64,57
Travessia de Rio Pequeno4,72
Porteira 76,17
Porteira 87,86
Casa Dona Maria8,08
Porteira 99,15
Poços de Tabuleiro (cima)13,34


Elevação da Trilha
      (principais desníveis)

Dia 1: Lapinha - Casa de Ana Benta
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Dia 2: Trecho entre Ana Benta e Dona Maria:
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Dia 2: Trecho Casa da Dona Maria até Cachoeira Tabuleiro (parte de baixo)
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG



Preços
   (durante a trilha)

Casa da Ana Benta : cafezinho de tarde + estadia + janta + banho quente + café da manha : R$25,00.
Janta simples mas serve bem: arroz feijão, carne, alface e farofa.
Café da manha: apenas um cafezinho sem acompanhamento.

Casa da Dona Maria : estadia + janta + banho quente + café da manha : R$25,00
Janta: arroz, feijão, carne (a escolher), alface, tomate e a famosa banana frita.
Café da manha: café, leite, queijo e pão.

Entrada do Parque MunicipalRibeirao do Campo (da cachoeira de Tabuleiro) : R$6,00 (opcional)

Somando com os preços de transporte, temos: Total R$115,00 sem os opcionais. (os opcionais são: entrada no parque, transporte Santana do Riacho - Lapinha e condução Tabuleiro - Conceição do Mato Dentro).
Considerando o pior caso com todos os opcionais temos (considerando passeio com 3 pessoas para meiar o taxi) estimamos um gasto Total de R$145,00.


Atrações
      (em ordem cronologica)

Pico do Breu
Trata-se da primeira atração possível da Travessia. A distância percorrida do inicio, passando por aqui, até a Casa da Ana Benta é a mesma do que se for feita a trilha que não passa pelo Pico. Porém, obviamente, para o Pico sobe-se bastante, encarecendo este trecho. Nós não realizamos este trecho neste passeio.


Prainha
Primeiro ponto do rio [verificar nome] onde é mais agradável de se nadar. A água é rasa e com uma temperatura muito agradável - pelo menos no verão - permitindo ficar um bom tempo por ali.

Casa da Ana Benta 
Primeiro abrigo durante a trilha. Boa receptividade. Possui um gramado cercado em frente a casa para fazer o camping (cabem 3 barracas) mais um gramado ao lado que cabem mais barracas. A janta e o café são muito simples, mas saborosos. Tem água quente (serpentina) e a casa não possui luz elétrica.
Parada recomendada.


Casa da Dona Maria 
Segundo abrigo durante a travessia. Boa receptividade. O camping é feito a 100metros da casa, num gramado bom, com uma bela vista para o Distrito de Tabuleiro. O espaço é bem maior do que na Casa de Ana Benta. Dona Maria oferece café e janta saborosos. Possui luz elétrica e banho quente.
Parada Recomendada

Pocos de Tabuleiro por cima
Águas mais frias que a prainha, mas ainda com uma temperatura agradável. São 3 poços de direto acesso, pois estão no caminho até a ponta da Cachoeira.

O segundo poço tem cerca de 50m de comprimento por 5m de largura, e uma profundidade de cerca de 3 metros.
O terceiro é na boca da queda, pequeno e agradável e tranquilo de nadar. Só cuidado pra não boiar, cochilar e rolar 273 metros abaixo! =D

Mirante de Tabuleiro por cima
Fica um pouco a esquerda (de quem está olhando para a queda, lá de cima) da boca da queda. É basicamente uma pequena caminhada de cerca de 200m até conseguir visualizar a queda de perfil.

Cachoeira Tabuleiro (por baixo)
É um crime não passar aqui. A cachoeira é estonteamente alta com um poço espantosamente grande. Muita água.
A água aqui é mais gelada mas, pra quem gosta de nadar, é um deleite completo. Possui pontos para pular também. Dá pra ficar em suas laterais.

Poço Pari
Fica há 1,5km do Distrito de Tabuleiro. É um poço grande e mais raso. A entrada é controlada mas não paga-se a entrada. Fica aberta até umas 17h mais ou menos.
Nós não chegamos a conhecer esse poço neste passeio.

FAQ
A travessia é muito dificil? Iniciantes podem fazê-la?
A travessia não é difícil, aliás, está conhecida, entre outras questões, como uma das mais populares justamente por não demandar tanto preparo físico assim. A trilha total possui apenas alguns pequenos trechos de subida e é possível cortar caminho e remover alguns trechos, se for o caso.

Caso seja iniciante ,sugere-se não fazer o Pico do Breu,  se preferir fazer uma travessia menor, opte apenas ou por Tabuleiro de cima ou por Tabuleiro de baixo (e não os 2).

Mulher também aguenta o tranco?
Sim. Tratando com muito respeito as mulheres, e sabendo que elas são mais frágeis, sempre pensamos se "seria possível levar as namoradas?" Pra essa trilha sim é possível. Vimos muitas por lá e o caminho é de fato bem tranquilo.

Pode ir sem GPS então, é só seguir a trilha?
Não. Quando dizemos tranquila, é que não demanda esforço descomunal. Mas em questões de orientação a trilha tem alguns trechos que podem confundir. Já ouvimos vários relatos de pessoas que vão despreparadas achando que é tudo simples, que se perderam indo cair nos mais variados lugares: Cachoeira Bicame, Cachoeira Lajeado, pessoas que não encontraram os abrigos, ficaram sem comida etc. Vá com alguém que conheça a trilha ou leve material de orientação (GPS, bússola, etc). Obs: Não basta ter um GPS, tem que saber usar :)

É obrigatório dormir nos abrigos (casa da Ana Benta e Dona Maria)?
Não. Você pode dormir em alguns pontos proximos sem pagar nada. Mas, recomendamos muito que você durma, afinal, o legal da travessia não é só o destino em si, mas o caminho que leva até la! (que clichê, não?) Vale a pena curtir os abrigos e ver como vivem as senhoras, além de provar a deliciosa comida que elas oferecem. Ponto alto da travessia!

O único caminho possível é o traçado no mapa deste post?
Não, existem várias trilhas alternativas, entre elas a que passa pelo Pico do Breu, a que vai diretamente para a Casa da Dona Maria sem passar pela Ana Benta, a que desce de Tabuleiro de cima para a debaixo em um menor percurso, etc. O mapa acima é uma sugestão.

Dá pra fazer em 1 dia?
Olhe, até dá. São 42km e fazendo um ritmo forte dá, mas sem aproveitar nada. Não recomendamos.
Em 2 dias já da pra fazer curtindo alguns atrativos.
Com 3, dá pra fazer a travessia muito tranquilo, sem pressa. (pressupondo um passo médio, dependendo da sua turma, pode ser o tempo justo).

É permitido dormir em qualquer lugar durante a Travessia?
Não. Em alguns pontos é proibido, por exemplo, próximo a Cachoeira, pois é área do Parque Municipal de Ribeirão do Campo. Agora, no meio da travessia é permitido, pois as terras não pertencem a nenhum parque, por durante quase toda a extensão da travessia.

Ficou com alguma dúvida? Manda email pra gente!

Dicas
  • Leve menos comida e jante nos abrigos, vai te poupar peso nas costas, além de uma janta saborosa! Não se esqueça do seu dinheiro em espécie, ou fica sem a janta :)
  • Peça banana frita na Dona Maria, clássico!
  • Prepare o seu GPS. Apesar da trilha super tranquila em geral, alguns pontos são confusos até mesmo pra quem já fez a trilha alguma vez.
  • Não deixe seu prato sujo esquecido na mesa da Ana Benta e nem da Dona Maria. Elas ficam bravas! Leve os pratos para a pia da cozinha :)
  • Leve o seu lixo consigo (não deixe nos abrigos). Lembre-se que as senhoras vivem longe do distrito e fica pesado pra elas terem que cuidar de mais o seu lixo.
  • Ligue para a Dona Maria antes de ir pra lá (ela tem celular!), principalmente se estiver indo fora de feriados, pois assim a sua janta fica garantida.
  • Quer se comunicar com alguém no meio da trilha? A partir do morro da Dona Maria, celular Vivo e Tim (no mínimo) pegam!
  • Recarregue sua água nas casas da Ana Benta e Dona Maria. A água é mais limpinha lá!
  • Ao descer para a cachoeira Tabuleiro, não vá até sua base com o mochilão! Deixe-a na sede do parque! 
  • Se for conhecer o Poço Pari, ligue antes para saber os horários! Nós chegamos lá por volta das 16:30 e estava fechado! (não sabemos se os horãrios são fixos).

Relatos, Fotos e Vídeos
    Obs: Vídeos disponíveis em HD. Apenas mude a configuração no youtube, se preferir.

Acordei as 6 da manhã e depois de encontrar com Raimundão na Cristiano Machado peguei um táxi em direção a Rodoviária de BH. Saimos as 6:50 da Cristiano Machado em direção a rodoviária. Com o transito tranquilo chegamos lá as 7h03min, com tranquilidade.

Lá encontramos com Wiliam (e Iris) e Fred, já a postos. Pouquinho depois chegou o Alex, nosso novo companheiro de caças. Na verdade ele chegou acompanhado: com sua mochila de 22kg!! Eu não sei como ele estava de pé e muito menos como ia aguentar os próximos 3 dias! Deu tempo para fazermos um lanchinho rápido e então descer para a plataforma.

As 7:30 na pinta o ônibus ligou os motores em direção a Santana do Riacho.

Nós queriamos ter ido na sexta feira, para pegar o ônibus que leva até Lapinha, mas devido ao trabalho, só conseguimos o ônibus de sábado.

Nosso plano era chegar lá e fazer + 8km a pé até Lapinha, afinal, tinhamos um feriado de 4 dias pela frente, tempo suficiente pra realizar um pouco mais de pernada. No ônibus me sentei ao lado de Alex, o que já proporcionou uma enxurrada de troca de informações, dada a bagagem dele, a minha e a vontade de trocar ideia sobre. Falamos um bocado também sobre escalada, o esporte que tenho pensado mais ultimamente.

Porém, não perdi a chance de descansar os olhos um pouco, afinal, pra variar, tinha dormido pouco na noite anterior e seria bom aproveitar o que essa viagem tem de melhor - o tempo! pra dar aquela dormidinha. Todos nós o fizemos.

A viagem de ônibus até Santana do Riacho dura cerca de 4h. O ônibus para em alguns lugares e realmente fica cheio. Até quase o fim da viagem muitas pessoas iam em pé, inclusive pessoas de mais idade. Muitos vão parando no meio do caminho, na estrada de terra, um pouco antes de chegar à Santana do Riacho. Depois de uma dormidinha básica, chegamos um pouco mais descansados em Santana do Riacho.

as 11h e pouca o sol estava forte e deu uma bela desanimada de saber que tinhamos 8km de estrada de terra a pé pela frente. Segundo o Alex, que ja conhecia bem a região (e ja conhecia tal trecho) disse que o trecho seria chatinho, além do que seria só subida - um bom sugador de energia já no começo da trilha.

Foi a greve dos professores que nos ajudou - por incrível que pareça. Devido a greve, as crianças da região estavam tendo aula, e tinha uma escola na frente do ponto onde o önibus nos deixou. Vimos a mina de ouro, que eram uns 5 ônibus escolares esperando os meninos sairem para irem em direção a onde? Sim, Lapinha.

Perguntamos a uma mulher que horas eles saiam e .. universo conspirando a favor: meio dia! Daqui a 5 minutinhos e a mulher falou que era tranquilo pegarmos uma carona.



Ônibus escolar que pegamos para ir para Lapinha
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG


Logo o motorista apareceu e falou que podiamos entrar, desde que nao ocupassemos os assentos. Oxi! Se esse era o preço a pagar por condução de 8km e subida no sol, tava barato d+. Entramos nós 5 e mais um grupo de 12 pessoas (!), todos encarariam a travessia. Logo começamos a conversar e trocamos ideia sober trilhas, cachoeiras e visitas a pontos legais.

Era o pessoal da serrinhadocipo.blogspot.com . Eles iam encarar a travessia mas finalizando na Cachoeira de 3 Barras, iam andar um pouquinho mais que a gente. Pessoal gente boa e tranquilão, batemos um papo legal durante os 12km (de carro, a distância é um pouco maior) até chegar ao Centro de Lapinha (e após ter deixado todos os meninos(as) em suas casas pelo caminho.



Início da Travessia - Visão do Lago de Lapinha
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Saindo do Centro de Lapinha, ficamos surpresos com a "seca" da região, pelo menos muito mais seca do que o ano passado, quando tinhamos ido a Lapinha em Abril. São épocas e épocas. Passamos secos pelo laguinho e logo pegamos a direita.

Já no comecinho erramos o inicio da subida na montanha, mas nada de alarme. Tipo de erro que pode acontecer em vários momentos nessa travessia, por haverem muitas opções de destinos por essas bandas. A travessia já começa com uma subida razoável até o fim do primeiro monte, o que pode desanimar um pouco.

Mas logo que ela termina, a trilha fica amena em quase toda sua extensão (existem poucos pontos de subida forte nessa travessia). Já no meio da subida há pontos de água para pegar água, apenas que a água dessa região é aquela escurona. Eu, por desconhecer o que exatamente faz ela ficar escura, tenho um pouco de receio de beber muito daquela água, mas ainda assim, bebi em vários lugares um bocado dela (e não morri). 

Depois de vencido o morro, anda-se mais um pouco até chegar num excelente ponto de parada (de sombra e água fresca). Ali reencontramos o pessoal da Serrinha do Cipo, trocamos mais algumas ideias e depois seguimos rumo.


Vista logo depois do fim da primeira subida da Travessia
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG
Curral de Pedras
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG
Passamos pelo curral de pedras (construido para que a boiada não "caisse" no brejo : daí o famoso dito "e a vaca foi pro brejo!" porque la elas morrem atoladas =D)

A trilha é amena sempre, até a casa da Ana Benta.

Aspecto da trilha em várias partes do trajeto -  bem tranquila
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Um pouquinho depois da parada, avistamos um curral abandonado, uns 50m fora da trilha, e fomos lá só de curiosidade mesmo. Tinha uma árvore de mangas e outra de limão do capeta (esqueci se esse era o nome mesmo). Os caras pegaram uns limões la (eu confesso que não sou um muito fã de ficar pegando frutas em árvores). O limão mais parecia uma mexirica (pelo menos na aparência). Já no gosto não. Limão azedíssimo! Provei só pra falar que eu provei, porque eu achi ruim, hehehe. Logo voltamos para a trilha visando a Prainha.

Curral abandonado antes da Prainha
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Prainha
Nome Oficial : Córrego Parauninha

A prainha é uma porção do leito do rio que atravessamos. Mas nesse ponto tem alguns bancos de areia que tornam mais agradável a "nadada". Você vai querer parar aqui. É um lugar agradável e a temperatura da água é muito convidativa.

Nós chegamos aqui cerca de umas 16:30, horário perfeito pra curtir o fim do sol e terminar o dia revitalizados e refrescados. Na prainha falamos de alguns papos familiares difíceis mas logo nos entretemos em mandar pedrinhas para saltitar na água. 

Cada um tinha uma teoria sobre como era o melhor arremesso e qual o melhor formato da pedrinha para fazê-lo. O Fred ficou na lanterna, mas acabou aprendendo e eu fiquei em penúltimo (minhas pedras quicaram no máximo 2 vezes <-fueeen). E campeão disparado foi o Raimundão que possui uma técnica rebuscada muito potente de arremesso de pedras para quicar no rio, fazendo com que elas praticamente voassem sobre as águas (sério!)

Depois disso voltamos para o lado de cá do rio, onde havia umas confortáveis pedras dentro dágua perfeitas para se sentar como se fosse um ofurô (é assim que escreve?) , "só faltou o churrasquinho e a cerva" disse Fred, enquanto começavamos a discutir ferrenhamente sobre politica.

Mas como o papo começou a ficar ruim e até o sol estava se retirando, nós saimos e focamos na chegada de Ana Benta. Cogitamos rapidamente a ideia de ir direto para Dona Maria direto, mas chegamos a conclusão que não valeria a pena fazer a trilha a noite e ainda perder um atrativo, que era uma das casas.


Prainha
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Um pouco depois encontramos esta placa, que estava caída. Não é algo que se deixa quebrado assim, pelo menos não para Alex. Que dentre os seus 973 itens dentro de sua mochila, possui alguns arames e um canivete suiço de umas 999 utilidades. O pessoal trabalho. Ok, eu fiquei só olhando e tirando fotos, heheh. Mas ta aí, a placa foi consertada informando o lado correta. Para a direita! Casa da Ana Benta. (se vc seguir a esquerda vai direto pra casa da Dona Maria).


Placa 1km antes de chegar  na Ana Benta
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Aqui aquele especial fim de tarde entre as montanhas, onde o sol deixa tudo dourado, tempo estava ótimo.
Estávamos a menos de 1km da Casa da Ana Benta.

A poucos metros da Casa da Ana Benta
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Chegando lá, quem estava a porta não era a Ana Benta, mas um cara de chapéu e fumando um cigarro. E tinha umas vacas e um boi olhando bem feio pra gente. Sei la, eu fico tenso quando tem boi solto, eles olham como se fossem te cravar um chifre. Eu fico beem tenso. Mas eu sigo os protocolos, não olho direto pra eles e finjo estar cool. Por sorte não fui morto dessa vez, passei pela porteira da casa da Ana e cheguei ileso no lotezinho.







O senhor na porta era o sobrinho da Ana Benta, e Don'Ana estava la dentro. Nos recebeu super bem, a casa super simplezinha, nos informou como era o esquema e falou o preço de 25$. A Ana Benta é uma ssenhora simples e tímida que recebe muito bem seus convidados no feriado. Ela não tem telefone, nem luz elétrica, nem tv, nem rádio, nem nada. Sò suas vaquinhas, uma horta e sua casinha. Mais simplicidade será impossível.


Casa da Ana Benta - lateral
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG


Ela disse que eramos os primeiros a chegar ali, no tal feriado. Disse que o "movimento" estava fraco. Elas nos convidou para um cafezinho e entramos na casa, super modesta. Tomamos o café e logo voltamos para montar as barracas de uma vez. Quando volto, estava la um cãozinho lindo, mas com MEUS PAES DE FORMA NA BOCA.

Sai fora bicho!!!! Larga!
E ele não queria largar não filho. Ia levar meus sandubas valiosos mesmo! Eu venci, mas ficou tudo amassado também. Quem mandou deixar as coisas jogadas na grama certo?

O dia não demorou pra escurecer e o tempo estava bom (não estava frio).



Casa Ana Benta - de frente
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG
Sala de "estar" da Casa Da Ana Benta - é  aí que jantamos
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Lá pelas 8 o grupo SerrinhaDoCipo chegou e se instalou do lado de fora do lote, mas bem ao lado, numa boa. Eram mais 7 pessoas. Mas que jantou ali com a Don'Ana mesmo fomos nos 5 e mais uns 2 desse grupo. A comida foi simples mas muito saborosa mesmo! Aquela carninha de porco tava uma delicia demais viu?

A Dona Ana é uma senhora simpática mas de poucas palavras. Apenas cuidando par anos atender bem. Enquanto jantávamos , olhavamos algumas luzes ao longe, donde de cara já surgiram os adeptos de OVNIs, dizendo que com certeza era isso que estava lá. Mas até Don'Ana foi contra e disse : "nãaao, aquilo são avioes do aeroporto". Mas, apoiou os adeptos por outro lado. Segundo ela, ontem mesmo, algumas luzes estranhas estavam passando por sua casa e não a deixavam em paz.

Ela dizia aquilo com indiferença, como se tais estranhos eventos fossem comuns e corriqueiros. Nós tentavamos puxar mais detalhes de tais experiências mas pouco ela falava. Enquanto ela lavava a louça da nossa janta, o nosso papo começou a passar por assuntos extremos como vida fora da Terra e vida inteligente na Terra.

Logo instalou-se uma discussão bem dividida de que os homens são os seres mais inteligentes e outro grupo defendendo que não eramos mais felizes do que cães, que vivem muito melhor que nós. Obviamente não se chegou a nenhuma conclusão.

Logo estavamos falando sobre o fim da água e cachoeiras e a dominação das empresas mineradoras sobre áreas tão lindas como Conceição do Mato Dentro, que logo estará devastada.

O papo estava bonzão, mas amanhã era outro dia e fomos dormir ali por volta de 22h. TARDE já. O pessoal da SerrinhaDoCipo foi dormir um pouquinho depois. Só tinha um porenzinho. Aquelas belas vaquinhas da Ana Benta, não paravam de mugir. Bem, eu achei que la pras 23h elas parariam e iriam dormir bonitinho.

Mas assim não foi ! Essas vacas safadas ficaram mugindo a noite inteira! Alguma explicação? As 3h elas pararam um pouco, eu acho. Com 1h de sono bom apenas. as 4h, quando o galo começou a cantar, as danadinhas voltam a mugir de novo e muito! Alguém explica? Pobre do Raimundão que era o que mais estava precisando de um sono pra se recuperar. Quem precisou disso, perdeu! hehehe, dormimos só mais ou menos. Acordamos as 6h, tomamos um cafezinho modesto da Don'Ana, arrumamos nossas tralhas e fomos em direção a Casa de Dona Maria.

Dia 2 - Casa da Dona Maria e Tabuleiro por cima

Levantando depois das vacas e meio esbagaçados devido a não-noite, arrumamos nosso gps e rumamos para a próxima casa. Olhamos as bifurcações e concluimos que nos perderiamos se não estivessemos navegando com gps ou bússola. Fizemos as devidas conversões, virando direita, rumando o morro, esse que aparece a foto.

Início da subida do morro em direção a Casa da Dona Maria
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Deposi de subido o morro, o celular começa a pegar (só curiosidade - pra que usar celular?) Curta o momento! cruze a estrada e passe a porteira. A partir daí o caminho fica fácil, só seguir a trilha. Nesse dia a trilha nos deu estímulo para falar de física: Teriam realmente descoberto uma particula mais rapida que a luz? Teriam sepultado a teoria de Einsten? Não é bem assim. Alex, físico que ali estava conosco explicou que na verdade pode ser que o espaço tenha se deformado e Einsten esteja a salvo. Enfim, não nos pergunte como fomos parar em uma conversa dessa no meio de uma trilha, fato é que não chegamos próximo a velocidade da luz, mas fomos em uma velocidade razoável.

Passamos por um campo queimado e por entre os dois cânions que "protegem" a casa da Dona Maria.

Algumas porteiras depois, estávamos lá.

Casa da Dona Maria

Chegamos cedo e tranquilos na casa da Dona Maria. O clima agradável, uma casa com um pomar, horta e galinhas por perto. Ali ja chegou luz elétrica (estão mais próximos da civilização). Mas não tem tv nem rádio e muito menos computador: eles são felizes: não precisam disso. Possuem apenas 2 celulares (2!) um tim e um vivo.

Também ainda não tem geladeira. Quase tudo que comem tiram dali mesmo. Conversamos rapidamente com o Sr. [verificar nome] e duas filhas da Dona maria (que moram em Contagem e estavam ali visitando-a!) . A Dona Maria estava fora realizando alguns afazeres. Logo nos apontaram onde poderiamos acampar e falaram o preço R$25,00. A unica diferença é que eles cobram é pela comida e pelo banho, logo, se você decidir apenas acampar sem as outras regalias, o preço é R$0,00. (Na casa da Ana Benta você paga se quiser acampar no lotezinho dela).



Casa da Dona Maria
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Aproveitamos e ja montamos a barraca de uma vez porque:

  • Se começasse a chover ja poderiamos voltar direto pras barracas (montar barraca com chuva é dose)
  • Quando voltassemos cansados, nenhum esforço adicional seria necessário.
  • Se chegasse mais gente, não correríamos o risco de ter espaços ruins para montar.

Montamos e logo saímos para buscar a Cachoeira Tabuleiro por cima.
Essa parte da trilha tem algumas bifurcações que podem confundir te levando a alguns dos cânions que ficam ali próximo ou outros lugares. São pouco mais de 4km até chegar lá. O caminho é tranquilo. Só  tomar cuidado com alguns pontos em que existem uns sulcos no chão que da pra levar algum tombo.

Poços de Tabuleiro de Cima
Chegando a eles, você pode virar a esquerda se quiser encontrar mais poços bacanas rio acima.
Esse é o Rio Santo Antônio, rio que forma a Cachoeira Tabuleiro e que continua com o mesmo nome depois da queda. Se quiser ver os 3 poços mais próximos a queda, é só ir pra direita.

Essa porção do rio ja fica inserida em um mini-cânion, mostrando o poderio de tal rio.
Nessa época em que fomos o rio não estava muito cheio e nem violento. Por sorte também não pegamos chuva.
É muito importante ficar de olho no tempo e, por via das dúvidas, enxergue "saídas de emergência" caso a coisa aperte de repente e vocë precise subir para fugir da correnteza. Sim, isso pode ocorrer, em qualquer rio na verdade, e estando perto de uma queda , ainda mais desse calibre, não da pra brincar. (você provavelmente deve ter visto aquele video de uma família Indiana arrastada cachoeira abaixo em uma questão de segundos devido a uma tromba d'água devastadora. Chocante!)

No mais, a tranquilidade é total e só curtição. A temperatura da água é muito boa, não é tão fria!
Nós curtimos principalmente os dois ultimos poços, que achamos mais legais.

A seguir algumas fotos dessas preciosidades.

Primeiro poço de Tabuleiro por cima
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG




Mais um poço de Tabuleiro por cima
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Quedas anteriores a grande queda
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Mais um pocinho singelo lá em cima
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Famosa pegada já mais próximo a queda. Você consegue achá-la?
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Maior Poço:

Comprimento : ~40m
Largura: ~5m
Profundidade: ~3m (máximo).
Pulabilidade: Média. Tem algumas pedrinhas legais. Pular com cautela pois ele é estreito.
Ficabilidade na água: Boa. Água não é muito gelada.
Nadabilidade : Boa.


O poço possui uma parte boa que dá pé. Do lado direito (pra quem está olhando para a queda), tem um chão que parece ter sido colocado artificialmente, pois ele fica plano sob a água por alguns bons metros. Cuidado para não nadar com violëncia, pois a água é escura e só se encontram as pedras quando você já está em cima delas. Nade com suavidade.




Melhor poço la em cima, em nossa opinião.
Temperatura agradável, com pontos fundos e rasos, bom para nadar e pular.,
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Mesmo poço da  foto anterior. A água é escura.
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Último Poço:

Profundidade: ~2m (máximo).
Pulabilidade: Baixa. Poço pequeno.
Ficabilidade na água: Muito boa : pra relaxar.
Nadabilidade : Baixa. Poço muito pequeno para natação.


Último poço antes da queda.
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG


Do poço anterior você tem essa estonteante vista e, a menos que você seja um rapeleiro ou escalador nato, você vai ficar meio atordoado com a quantidade de altura. Mesmo muito bem seguro, deitado, olhando pra baixo, dá uma boa aflição. Só depois de alguns minutos é que você se acostuma com essa altura. Dá pra ver uma parte da queda e o poço la embaixo com pontos minúsculos, que são as pessoas.

A altura equivale a um prédio de 91 andares (!), Aprecie o momento!



Vista a 273 metros
Impresisonante
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Vista la de cima - foto só possivel (sem fazer coisas insanas) esticando o braço.
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Fizemos nosso almoço ali, descobrimos a comida liofilizada do Alex (e invejamos), nós reles mortais fizemos nossos retrógrados Miojos (bem, eu gosto pra caramba deles! heheheh) e lá pras 16:30 arrumamos nossas coisas para voltar. Melhor coisa que houve foi dar aquela cochilada na sombra do poço do meio... muito bom! Altamente recomendado.

Quando estávamos quase saindo o pessoal da SerrinhadoCipo chegou por lá (eles vieram com mais calma que nós) e também, eles iam ficar por ali. Nos despedimos, pois pra nós, ja era a hora de voltar (se ficassemos mais, poderiamos chegar ja com a escuridão na casa da Dona Maria).

O Raimundão resolveu voltar direto pra casa (pois estava com a mão machucada) mas nós demos uma rapida passada pelo Mirante da cachoeira.

Para ir a ela, deve-se continuar contornando a montanha à esquerda até ter uma excelente visão da queda, de perfil, onde seguem as fotos:



Vista do mirante - vendo Tabuleirod de perfil
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Com um pouco de zoom, desde o mirante -
 o famoso 2 desenhado na parede está mais ou menos abaixo do ponto onde se tira essa foto
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Do mirante - com o poço
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Chegamos bem na casa da Dona Maria e já havia lá, mais umas 12 pessoas abrigadas.

Já que ainda tinhamos um tempinho, eu e Wiliam decidimos ir nadar numa parte do rio que ficava um pouco mais acima da casa da Dona Maria.
O cérebro dele registrava que ficava só a uns 300m mas eu registrava no mínimo 1km! Ja estava meio que escurecendo, mas decidimos ver qual era.
Se o poço fosse bom pra nadar, o que é que tinha?

Fomos andando andando andando e de fato os 300m eram um pouco mais, quando chegamos já no poço do rio meio de noitão. Chegamos lá proximo. Não tinha nenhum ponto de acesso bom ao rio. Em paralelo a isso, dava pra ouvir uns 543 sapos coaxando por lá. Chegamos bem próximos do rio, tentando achar alguma coisa animadora pra entrar la mas, dado que:

-Havia 543 sapos coaxando.
-Não havia nenhum bom ponto de acesso ao rio.
-O rio estava todo cercado por matinho (isso sempre é pouco convidativo pra se entrar) <-- sempre pensa-se na iminencia de cobra.
-A agua era escura
-Provavelmente o fundo do rio era barro, algo bem desagradavel pra se pisar, ainda mais sem se ver - dificultando muitoa a saída do rio
-MORCEGOS sobrevoando a gente enquanto olhavamos para dentro do rio.

Morcego foi a gota d'agua - apesar de secos - voltamos para a Casa, mereciamos uma comidinha e frangando a nadada noturna, fomos atrás da Galinha caipira que nos esperava.

Isso aí, o pedido do Raimundão, depois de tantas várias caças foi atendido no lugar mais improvável! Ele pediu sua Galinha Caipira e assim foi feito! Dona Maria caprichou na janta, fez arroz, feijão, galinha caipira, uma farofinha, alface, tomate e um suquinho de limão (aquele capeta do meio da trilha, e ficou muito bom!!)

Nos deleitamos naquela janta enquanto esperávamos a fila do banho diminuir um pouco. Tinha muuuita gente na fila. Depois da bóia, pra não correr o risco de riscarem nosso nome da fila de banho, eu fui la na "salinha" para avisar o pessoal na fila que nós estavamos lá.. e daí quando fiz essa pergunta, um cara me perguntou:

-Você é o Diego, dos Caçadores?
Ahn? pensei eu
-Sou sim - respondi meio espantado.
-Nós somos do Pintassilgos!

Esse mundo é pequeno, e dos trilheiros é menor ainda. Bem.. num feriado desse, não seria de espantar encontrar algum grupo tão ávido por passeios ecológicos como nós!

Era o pessoal do Ninho dos Pintassilgos!, pessoal super brabo que já havia trocado ideia algumas vezes por blog e email!

Poxa...! Foi uma honra ter encontrado esses caras, eles estavam lá, curtindo as imediações dessa grande travessia e agora, no momento, competindo a fila do banho comigo! haha

Apesar que falamos muito pouco (no outro dia eles sairam mais cedo que a gente) pelo menos tive a honra de conhecê-los e saimos com a promessa de que vamos marcar alugm passeio conjunto : Os Caçadores + Os Pintassilgos. Espero que se concretize! Um abraço aí a essa galera. Vida longa a nós!





Janta na Casa  de Dona Maria
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG


Depois da janta ainda rolou um papo muito gostoso e familiar ali na Sala da Dona Maria, eles falaram sobre a pouca presença do pessoal do Parque e contou alguns causos que eles acumularam durante os anos em que abrigaram os mais tipos loucos de aventureiros. O clima ali era do estilo um albergue, e é assim que me senti mesmo, um povo unido e diversificado , cada qual com suas loucuras, num clima amigável e muito acolhedor. Momento único!

Dava vontade de ficar a noite toda conversando! Mas bem.. amanhã precisamos andar!



Clima de albergue na Casa de Dona Maria
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Depois do banho fomos dormir com um tempo ameno (estava calor, pra falar a verdade, dormi fora do saco de dormir) e dormimos muito bem - pelo menos bem melhor do que na casa da Ana Benta, não havia vaquinhas por perto =D



Camping da Casa da Dona Maria - tempo com chuva
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG


As 6, com um rock-japones do despertador do celular Xing-Ling do Wiliam acordamos, com uma chuvinha... vish, que preguiça total hein. E justo hoje que eu ia rever aquele ,aqueeele poço de Tabuleiro, o melhor do mundo! dava aquela chuvinha pedindo pra ficar quieto. Mas não tinha escolha não, tinhamos que ir ou ir. Levantamos (fui o ultimo a levantar) e fomos la ter com o café da manhã da Dona Maria, que estava ótimo: um cafezinho basico, mas com um pão e queijo pra acompanhar. A maioria das pessoas também já estava de pé. Não cheguei a ver os caras do Pintassilgo mais, que sairam rapidinho curtir o dia, apesar de o dia daquele jeito.

Nós saimos um pouco depois também, aprontamos tudo com um pouco de chuva (chato pra desmontar a barraca), mas não estava tão forte assim.

Achávamos que a descida até a cachoeira ia ser um desastre, com direito a bons tombos e alguns bons machucados. Descer ladeira com mochilão e com chuva é dureza. Mas, 2: a trilha menos árdua (e mais longa) não é tão inclinada assim e logo que começamos a descer a chuva deu uma boa trégua com sinais de que o dia ia melhor - o que logo ocorreu.

Quando chegamos em um ponto que já era possível ver o monte da queda (deviamos ter descido já cerca de 130 metros de altura), o Raimundão decidiu que seria melhor voltar para Tabuleiro e nos esperar la ( ele estava com um machucado na mão e outro na perna devido a um tombo em Tabuleiro de cima). Achamos sensato... e tudo bem, ele já tinha estado na Cachu umas 8 vezes, então ele já conhecia de cor e salteado.

Nós seguimos tranquilões até chegar num ponto onde dava pra ver a cachoeira de longe:



Tomamos ali a decisão de ir até a sede do parque ou deixar as mochilas por ali mesmo. Os dois são válidos. Só não é válido você descer até a Cachoeira com mochilões! Escute essa dica! Pois descer com elas seria muuuito mais pesado. A volta na parte da tarde é bem pesadinha sem mochilas, quanto mais com!

Nós deixamos as mochilas ali num cantinho escondido e fomos só com o ataque para a Cachoeira.

Caminhamos mais cerca de 1h e chegamos após um pouco de suor a essa Majestosa Cachoeira, que dispensa apresentações.


Visão da Cachoeira - no meio da descida
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG


Cachoeira de Tabuleiro
Nome Oficial: Cachoeira Ribeirão do Campo (pasmem!)
Altura: 273m (Pasmem!)
Ficabilidade debaixo da queda: Muito boa (atenção, dependendo da época pode doer bem, hehehhe)

A cachoeira é muito alta, caindo sob forma de respingos (em dias normais... sem chuva). Isso porque a altura é tão grande que a água já chega lá embaixo muito espalhada, em forma de chuva. A água cai sobre as pedras , e não diretamente no poço. Na sua queda, possui muitas pedras pra se apoioar: **atenção** : pedras muito escorregadias na base da queda, muito bom pra escorregar!


A cachoeira possui muitos locais pra que se possa apreciá-la. A ficabilidade no local, portanto é excelente, pra todos os gostos.

Oferece locais de frente e também a sua direita, com muitas pedras pra se apoiar.
Também tem vários poços intermediários bons para se nadar.


Foto pela lateral direita da cachoeira
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

O poço da Tabuleiro é sem dúvida nenhuma a Top 1 das que conhecemos, bem, isso pelo menos pra mim, que sou um apaixonado por natação.
O poço é o maior que conhecemos, se considerado circular (ele é na verdade cônico) tem um diametro de cerca de 50m, muito grande mesmo. É muita água pra se esbaldar. É muito profundo - profundidade desconhecida, tomando sempre cuidado com as pedras nas laterais, de praxe.
Poço de Tabuleiro
Diâmetro: ~50m
Profundidade : desconhecida *muito fundo*
Pulabilidade : Boa. Possui alguns pontos para pulo, sempre tomar cuidado com as pedras próximas aos locais.
Nadabilidade : Excelente.
Ficabilidade dentro da água : Boa. A água, como toda boa cachoeira é gelada.

O sol bate de manhã e de tarde, em parte do poço




Poço da cachoeira - desde a lateral direita
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Curtam mais um pouco desse show:


Tirando a foto deitado
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Foto tirada  mais do alto - nas pedras da lateral direita
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Detalhe da água caindo sobre as pedras
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Zoom na parte final da queda
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Ficamos lá até umas 13:30. O pessoal queria voltar ainda nesse mesmo dia para BH, evitando trânsito e tendo 1 dia de descanso ainda.

Saimos tranquilos, mas começamos a subir num ritmo forte. Subimos quase que sem parar até o ponto das mochilas, não sem antes ter perdido muito suor. A subida de volta da trilha oficial de Tabuleiro é castigante e chegamos no quase-ponto-das-mochilas bem mortos. Eu e Wiliam optamos por cortar mato e subir direto ao ponto, sob pena de uma subida mais penosa mas mais rapida, enquanto Fred e Alex, optaram pela menos penosa mas mais demorada.

Chegamos mortões la em cima, sentamos no meio do mato e esperamos. Quando o Alex e o Fred chegaram, fomos pegar nossas mochilas, que adormeciam em cima do mato embaixo da lona que haviamos deixado sobre elas. Quando o Alex retirou sua mochila, surpresa!

Havia um bocado de cupins sobre a mochila, ele comentou que cupins gostam de superficies pretas (cor das mochilas nas costas) e então ele aproveitou e pegou um cupim e comeu! (oi?) Sério.

Logo Fred tirou a dele, com alguns cupins também.


Alguns segundos depois, não foi preciso nem bater o olho para verificar que alguém tinha sido premiado! A quantidade era tão, mas tão gigantesca, que quando Wiliam virou sua mochila para ver a superficie preta, existia um MUNDO DE CUPINS INFESTADOS sobre a mochila. Faziam até barulho de tão grande a quantidade!

Foi meio aterradora aquela cena, hehehe. O pior era imaginar a mochila nas costas e alguns cupins vindo dar aquela mordida RUIM de dor.
Wiliam começou a debater a mochila, mas eram tantos, tantos TANTOS que não acabavam nunca!

Nesse segundo eu falei, fudeu pra mim, a minha , se ficar mais 5 segundos vai ser carregada pelos cupins e levada ladeira abaixo. Quando levantei a minha, não tinha UM SEQUER CUPIM na minha. Por que será que eles não gostaram da minha mochila?? haha, Uma coisa era certa: eu tinha que jogar na Mega-Sena!

Enquanto isso Wiliam, gasta a total reserva das energias tentando remover aquela gigantesca população de cupins que tinha se alojado ali em uma questão de algumas horas.

Voltamos para a trilha, e foram praticamente 30 minutos de gargalhadas ininterruptas de Alex, que sentado, assistia Wiliam debater sua camiseta sobre os cupins proferindo os mais sofisticados palavrões desse planeta! Eu tentava ajudar desdobrando dobradiças secretas da mochila e a acada uma que aparecia, eram mais uns 50 cupins! 

Foram  cerca de 40 minutos retirando-os, não acabavam nunca! Com isso, a nossa esperança de voltar naquele mesmo dia tinha praticamente ido pro saco.
Eram 15h, e levando em consideração que tinhamos que :

1.Andar da sede do parque até o Distrito de Tabuleiro (+ ou - 2,2km)
2.Arranjar um taxi, com sorte ele estaria ja no distrito.
3.Chegar antes das 18 na rodoviaria de Conceição do Mato Dentro.

As chances disso acontecer em sequencia direta eram baixas.

Dado isso, concluimos que poderiamos então aproveitar o Poço Pari, que fica a 1,5km do distrito de Tabuleiro, um pocinho legal de se nadar.

Andamos belezinha até o ponto da bifurcação: pra esquerda, Poço Pari e para direita o Distrito. Já estava um pouco tarde, mas ainda dava tempo de ir. O prolema é que o Raimundo estava la no distrito nos esperando, talvez ja muito doido pra ir embora, depois de horas de espera. Então aí nos separamos, e enquanto o Fred e Alex ja aproveitavam o poço, Wiliam e eu voltamos para buscar Raimundo e curtir o poço além de já verificar onde acampariamos.

Verificamos que o camping que o Alex tinha sugerido era o mesmo que já tinhamos acampado há alguns anos atrás , na nossa primeira ida a Tabuleiro, só que estava meio vazio!! Ninguem la.

O bar da Regina, onde tinhamos combinado com o Raimundão também estava fechado! E a verdade é que Wiliam tinha esperança de achar algum taxi vagando por ali para que pudessemos voltar agora mesmo. Bem, sem o bar da Regina aberto fomos ali no mais perto que havia e perguntamos ao dono se tinha visto um cara de óculos com mochilão, mas ele nada. Enquanto demos a falta do Raimundo, presumimos que ele tinha voltado sozinho para BH, o que não era impossível. Aproveitamos e perguntamos para o dono onde poderiamos encontrar o dono do Camping assim como pergumtamos o ultimo horario do ônibus.

Um cara, que bicava nossa conversa ali, almoçando tranquilamente com sua namorada, nos perguntou se queriamos carona, pois ele estavac indo pra Serra do Cipó. Nós respondemos que não, porque eramos 5, e não caberia. Mas ele apontou para uma básica LAND ROVER DEFENDER e que "talveeez caberia".
Bem, frente a isso, ficamos numa encruzilhada total! Se os caras não estivessem indo para o poço daria talvez pra tentar algo. Mas e o Raimundão?? Se ele tivesse voltado mesmo, aí sim daria... af.. que raiva! 

O cara que ofereceu a carona disse "que pena, pois ja estamos saindo" e nós naquela mingua de pegar aquela carona valiosa.
Iamos indo para o poço aproveitar então quando diz Wiliam:

"e se eu for la chama-los e pegarmos a carona?"
Mas Wiliam, náo vai dar tempo. é 1,5km. ELes ja estao saindo!

Pra falar a verdade eu não fazia taaanta questão da carona assim, eu queria curtir o poço! Por outro lado seria muito bom pegar aquela carona e voltar pra casa tranquilo, sem transito, ter 1 dia de descanso mereceido e ainda gastando menos sem pegar taxi!

NEssa hora o Wiliam descarregou a mochila e deixou comigo e saiu em disparada ao poço e eu ali fiquei sentado vendo o casal que pedia a sobremesa com muita tranquilidade, eu sem saber pra que torcer: se torcia pra que eles fossem embora rapido pra gente ir pro poço e curtir mais um pouco e se o Wiliam voltasse rápido pra que pegassemos a tal carona.

Acho que podia até ter pedido pro cara esperar, porque agora na hora de pagar, ele tava la que tirava foto com o dono do bar, fazendo graça, olhando os detalhes pendurados na parede.... esse cara não tá com pressa! Eu tava que olhava pro horizonte da estrada onde Wiliam tinha desaparecido feito um jato pra buscar os caras. 

Nesse momento de tensos segundos o cara e a namorada vão em direção a Land Rover, tranquilos como grilos, e nada do Wiliam. O cara se demora na manobra, faz uma ré e se prepara na estrada, só que virado pro lado contrário que Wiliam tinha ido. É nesse exato segundo que Wiliam aparece dizendo, eles estão vindo com um olhar do tipo : "pede pra esse cara esperar + 30 segundos!!!" .

Eu estava a uns 15 passos da Land Rover e faltava mesmo uma fração de segundo pra o cara pisar no acelarador mas eu acenei e gritei "EI!!!!"

O cara nos viu e só com o olhar respondeu, é claro que dou carona!

Chegavam Fred e Alex la tras, com muitos quilos sobre as costas e muito suor escorrendo. Com certeza os 4 marmanjos mais fedidos de toda a região pegando uma carona filé! Entramos felizes no carro e tudo fechou certinho. O poço estava fechado!!! Sendo assim iamos ficar no distrito sem nada pra fazer, passar mais uma noite em barracas e ainda voltar com muito transito no outro dia. Parece que foi combinado.

Oxi! No meio lembramos que faltou a tradicional foto em frente a igreja demarcando o fim do passeio! Não deu!!!! Mas estavamos felizes por essa conquista, ainda mais Wiliam, que fez por merecer e acreditou até o último milésimo de segundo que ia dar =D

O Bernardo (dono da Land Rover era do Rio - desmestifica-se a imagem então que todo carioca é folgado :), voltamos tranqs e ele nos deixou na rodoviária. Nesse segundo não sei de onde surgiu um cara num Siena e nos ofereceu outra carona! Bem, era o mesmo preço do ônibus. Foi aquele segundo em que a gente decidia se aceitava aquela carona ou não - a principio o cara parecia meio mal encarado mesmo - pareceu meioo estranho ele oferecer carona ali do nada e tão de repente. Mas acabamos aceitando aquilo... e fomos!

Demos sorte. O cara era de boa e só estava querendo ganhar uma graninha mesmo. Nos levou até BH mais rapido que o busu. Chegamos em BH com uma chuva torrencial e horripilante. Mas ao menos tranquilos e prontos para uma ótima noite de sono.

A travessia saiu direitinho, sem super solavancos, apenas uma programação muito certa e com várias pitadas de sorte. Ah! A propósito, no meio da volta, ficamos ali na duvida se o Raimundo tinah voltado já ou não. Aconteceu tudo tão rapido que saimos sem 100% de certeza que ele não estava la nos esperando!!hehe.. Mas ele estava ja em casa sim, são e salvo. E nós prontos a chegarmos.

Chegamos com uns quilos de foto e mais uma travessia completa. Voltei doido pra vê-las e claro, sonhando com minha caminha, que não tem vacas por perto. Fui pra casa dormir, mas não sem antes passar numa casa lotérica :)


Valeu caçadores!

Agradecimentos:
à Ana Benta e sobrinho - pela hospitalidade
às vaquinhas - aiaiai
à Dona Maria, Zé da Olinta e filhas - pela hospitalidade e causos
aos Grupo SerrinhadoCipo e Pintassilgos - sempre avante!
ao Alex - pela dica de vários itens novos nessa vida aventureira, quantos casos e experiência passada, além de ter sido nosso guia por toda a travessia!
ao Fred, Raimundão e Wiliam : pela companhia de sempre, com garra!
ao Bernardo - pela carona sofrida
ao Marcelo - pela carona repentina

Diego veste:
Bermuda de surfista
Camisa Adidas de corrida
Bota Timberland
GPS Garmin
Chapéu de cowboy
Óculos de 3,0 graus.



Ana Benta
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Dona Maria e  Zé da Olinta
From Travessia Lapinha Tabuleiro, MG

Os Caçadores de Cachoeiras

Os Caçadores de Cachoeiras