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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Travessão, Cachoeira do Espelho e outras surpresas

Este post é dedicado à região de Travessão e Braúnas, na Serra do Cipó.

Na primeira parte, a trilha fácil: Travessão + Cachoeira dos Espelhos
Na segunda parte, Cachoeira de Deus - Nível difícil ++
Na terceira parte, Cachoeira Braúnas - Nível difícil +


Travessão + Cachoeira do Espelho
Nível Médio -
Dificuldade : descida/subida forte


Atenção:

Os Caçadores de Cachoeiras atuam em parceria com o Parque Nacional da Serra do Cipó, no Voluntariado - Linha Temática Apoio de Implementação para Uso Público. Nosso trabalho é cuidar da manutenção de trilhas e monitorar áreas do parque, cuidando de sua preservação e reportando possíveis ameaças ou irregularidades.

Para esta trilha na área do Travessão, é necessária autorização própria para voluntários do Parque Nacional.

Quer saber como fazer? Fale conosco.
Realizar a trilha sem autorização pode acarretar multas.



Nesta trilha você pode conhecer, em apenas um dia, o visual de Travessão e ainda curtir uma cachoeira bacana, a Cachoeira Espelhada.

Apesar de ter tirado essa foto na volta (final do dia) ela mostra muito bem o visual que você tem na primeira parte da trilha (até chegar à floresta de samambaias). Você começa no alto da serra com uma boa visão de vários montes próximos ao parque.

From Trilha do Travessão


Esta foto mostra segunda parte da trilha (próximo a Cachoeira dos Espelhos) que aconselhamos você deixe para a volta (quando vai estar mais cansado) e vai curtir melhor a cachoeira. Ali no horizonte mais próximo se inicia uma brusca descida em direção ao Travessão.

From Trilha do Travessão

Vista recorrente nessa segunda parte da trilha. Você se depara com vários riozinhos e algumas quedinhas pelo percurso.
From Trilha do Travessão

Depois de uma descida de 200 m em menos de 2 km de trilha, você ainda está alto, aqui no mirante do Travessão, na foto abaixo. A trilha não vai até o Vale do Travessão (mais baixo). Essa altura da foto é por onde a trilha atravessa o Vale e continua em direção a Cachoeira Braúnas. Foto tirada no fim de tarde.
From Trilha do Travessão


Foto tirada as 10 e 30 da manhã, mostrando a parte esquerda do Travessão. Note, no Vale, seguindo em linha reta, você avista um Poço de água (não muuito grande), chamado de Poço Andorinhões, o qual desconhecemos alguém que já tenha chegado lá. O vale tem muita floresta o que dificulta aqueles que se aventuram a conhecer o seu ponto mais baixo. (é possível, mas bem custoso).

From Trilha do Travessão


Contornos do paredão a direita do Travessão. Nos paredões visíveis do Travessão desde esse ponto não existem cachoeiras (como seria bem interessante) , mas existem resquícios de filetes de água que devem aparecer em época chuva. Sabemos que existe uma cachoeira na parte lateral direita , olhando para a diagonal abaixo, do Travessão (existe uma foto no Google Earth) , mas ela não é visível desde o mirante. Só quem desce para o vale (sem trilha) é capaz de chegar nessa cachoeira (pouquíssimo conhecida) (e de nome desconhecido).

From Trilha do Travessão

Na volta do nosso Trekking passamos pela Cachoeira Espelhada.

Números
Altura : 7m
Área do Poço: 72m (6m x 12m)
Profundidade do Poço (máxima) : 1,80m
Pontos para pular : sim, mas raso.
Vegetação em volta : está parcialmente escondida em uma florestinha. Da trilha é possível ver o leito do rio, mas pouco da queda em si. Chega-se nela pelo lado direito, pela floresta que a margeia, um pouco acima do niível do seu poço (trilha meio escondidinha pra entrar nela). A esquerda bastante pedras e a floresta continua acima.
Cor da água: escura
Posição do sol: excelente a partir de meio dia até o fim da tarde. Sol bate de frente.


From Trilha do Travessão


Foto da parte mais esquerda do poço. Poço confortável de se entrar, tranquilo e também oferece pedras pra curtir a cachoeira.

Notas (1 a 5)
Ficabilidade debaixo da queda : Nota 3. Dá pra ficar legal, quedinha simples, oferece pedras pra ficar debaixo dela.
Pulabilidade : ota 2. Como o poço não é fundo, não dá pa pular muito. Mas o poço é interessante.
Nadabilidade do poço : Nota 3. Poço surpreende porque apesar da queda pequena, tem um poço proporcionalmente grande.

From Trilha do Travessão

Essa é a visão abaixo do poço da cachoeira. O leito rio interessantemente e dá pra seguir um pouco por ele (não tentamos por falta de tempo), mas deve existir outras quedinhas interessantes, se se segue o leito.

From Trilha do Travessão

Foto tirada do marco na cerca, nos últimos 3km de trilha, no fim de tarde. Vista linda.
From Trilha do Travessão

Cachoeira de Deus
Nível Difícil ++
Dificuldade : falta de trilha, dificuldade de acesso ao pé da cachoeira (não alcançamos)


Essa cachoeira é tida (ainda) como um mito para nós. Não conhecemos relatos de pessoas que tenham encostado nela. Essa cachoeira fica acima da cachoeira Fantasminha (já visitada por nós em outro passeio). Também não conhecemos fotos ou vídeos dessa cachoeira. (você conhece? Mande-nos!) Sabemos apenas sua localização e já tentamos chegar a ela duas vezes:

A primeira por baixo dela (via Fantasminha). (Só é possível com cordas , e mesmo assim complicado).
A segunda por cima dela (via Trilha do Travessão).

Chegar ao topo da Cachoeira já é um pouco complicado porque não há trilha até ela. Porém, essa parte da trilha "off-road" é de apenas, cerca de, 2km.

A entrada para ela é no meio do nada, logo após a saída da famosa Floresta de Samambaias (primeira delas) e antes de chegar na cachoeira Espelhada. Deve-se seguir reto até chegar numa clareira. Daí chega-se numa floresta bastante densa , numa descida. A partir daí deve-se ir para a esquerda, onde há uma passagem , envolva-se na floresta tentando sempre descer, e daí encontra-se o leito do rio um pouco antes da queda de Deus.

Chegar no topo dela até que dá, mas chegar até ela, efetivamente, acreditamos ser impossível por cima. Como consolação visite a cachoeira Escondida , cachoeira em 45o que fica um pouco acima da de Deus.

Obs: Não recomendamo fazer essa trilha sem GPS (a floresta é densa, e muito fácil ficar preso dentro dela).





Aspecto da trilha, primeiro pedaço, depois de sair da floresta de Samambaias - mato.

From Trilha do Travessão



Cachoeira de Deus, parte de cima. Não dá pra ver a queda livre da queda (que acreditamos que ela tenha). Chutamos que ela deve ter cerca de 60metros. Mas não sabemos como é o seu poço. Pelo Google Earth não parece ser muito grande. Note na foto que beeem la embaixo se vê o rio da cachoeira, isso, após a Fantasminha.
From Trilha do Travessão



Cachoeira Escondida - de consolação . Estilo 45 graus, com pequeno poço, pra refrescar.
From Trilha do Travessão
Dicas:
  • Não recomendamos ir sem GPS.
  • É mais provavel conseguir chegar ao pé da cachoeira, por baixo.
  • Vá cedo, pra caso não consiga, curta a Cachoeira dos Espelhos, na volta.


Trekking Travessão Braúnas
Nível Difícil +
Dificuldade : Trilha pouco demarcada, extensão muito grande, é preciso levar bagagem

Distância: 31km até a Cachoeira Braúnas (não dá pra fazer em 2 dias, tem que ser 3).

Relatamos aqui a nossa terceira caça a Poderosa Cachoeira Braúnas. Dessa vez tentamos alcancá-la via Trekking Travessão-Braúnas, trekking relativamente conhecido, porém pesado. Fizemos uma meta arrojada de tentar alcancá-la em 1 dia, mas não foi possível.


A trilha pode ser divida em 4 partes:

  • Trilha do Travessão
  • Passada da Samambaia
  • Longa do Campo
  • Reta Final

Trecho do Travessão
A Trilha do Travessão se inicia na BR, quase em frente ao Camping/Pousada 2 Pontes (que nunca ficamos, mas parece ser legalzinho). Esse camping possui boa área para barracas, uma piscina natural e banheiros com água quente. O preço do camping é R$20,00.

A melhor parte está na tranquilidade do local: muito menos gente do que o batido Véu da Noiva além de possuir a opção de cabanas, ao preço de R$ 60,00 por pessoa (apropriado ao local). As cabanas ainda tem o direito a uma piscina comum.

A (sub) Trilha do Travessão pode ser dividida em 2 partes:

Campo Congonhas - parte mais tranquila da trilha toda, com trilha bem demarcada e amena , com belas paisagens das montanhas.

A Descida Mortal - uma descida vertiginosa em direção ao mirante do Travessão, com belas visões de alguns leitos dos rios caindo.

Importante notar que na volta, a descida se transforma em subida mortal, uma subida de 200 metros em aproximadamente 1,20km de caminhada. É uma bela de uma subida.
No total esta parte tem cerca de 9km.


Passada da Samambaia
Trecho de cerca de 6km, após o Travessão, faz-se uma subida média até o monte principal do Parque Nacional da Serra do Cipó, em sua parte de trás. As paisagens continuam belas e a trilha é bem demarcada em quase toda essa parte do trajeto. Porém, aqui, o mato já começa a ficar mais denso, e mesmo tendo várias trilhas marcada no passar do tempo, muitas delas acabam desaparecendo, o que explica os vários zig-zagues nas trilhas marcadas por GPS pela internet. Provavelmente, quando chegar a sua vez, em alguns momentos você não terá uma trilha a seguir e terá que criar a sua própria.

Essa parte da trilha é a que oferece um último ponto de água antes do longo 3o. trecho da Trilha total, então aproveite! Existem algumas florestas e brejinhos que podem incomodar um pouco o trajeto deste pedaço da trilha, mas basta evitá-las. O ponto final desta parte é a floresta de samambaias, que em algumas estações do ano podem impedir a passagem de pessoas (foi o nosso caso). As samambaias crescem rápido fazendo com que os resquícios de trilha desapareçam rapidamente.

Longa do Campo
Essa parte a trilha, apesar de tranquila (no geral) , é bastante cansativa. São aproximadamente 8km sem nenhum ponto de apoio, em uma passada longa e um pouco monótona. Algumas pedras acompanham além de um mato que bate no calcanhar. O próximo ponto de água você só encontra no cotovelo que leva a utlima parte do trajeto.

Reta Final
Não conhecemos a reta final na totalidade (ainda não fomos até Braúnas) : conhecemos até o ponto "Fim" marcado no mapa, que pode ser considerado um ponto de parada para camping (apesar de não muito confortável). Porém, percebe-se que essa parte final apresenta algumas dificuldades : falta de trilhs demarcadas e a descida final para Braúnas que se mostra imponente. Esse trecho é de 8km, aproximadamente.

A ida de Congonha-Travessão até Braúnas totaliza cerca de 31km. (muito difícil de se fazer em um único dia.)


Relato
Começamos tranquilos em frente a Pousada 2 Pontes (citada acima). O início da trilha é o mesmo até chegar a Travessão. Após passar Travessão, tem-se uma subida relativamente cansativa (começando aí a segunda parte da trilha) e margeando alguns rios que se encontram por ali.

A vegetação até o começo da segunda parte não nos ofereceu problemas. Mas após o fim da subida, o mato já começa a ficar mais denso. No geral a trilha é demarcada (não muito forte) mas sempre se acha algum lugar pra se passar mais fácil.


Início da segunda parte da trilha:
From Travessia Travessão Braúnas



Aspecto geral da trilha. Apesar que alguns pontos o mato é bem mais alto, mas ela, em geral, é mais ou menos asi
From Travessia Travessão Braúnas




From Travessia Travessão Braúnas





Em alguns momentos tivemos dificuldade em ver a trilha e acabávamos andando no mato mesmo. O mato nao é alto, mas incomoda. Por quase todo o trajeto se marjeia pequenos montes que tem menos mato e daí pode-se escolher seguir por ele. Cada qual tem seus prós e contras. A vantagem de ir pelas pedras é que é menos desagradável (se mais onde se está pisando). Por outro lado é bem devagar, a sua velocidade média cairá drasticamente.

Nós fizemos uma velocidade média total de míseros 2,4km/h. Parece pouco, mas com peso nas costas e contando todas as paradas não é fácil fazer uma velocidade muito maior que essa. (conhecemos alguns que fizeram a 2,8km/h). Mais que isso, com carga é complicado.

Do meio para o fim dessa segunda parte ad trilha, alguns pedaços ficam difíceis, por falta de trilhas bem demarcadas (você acaba marcando a sua própria). Vira e mexe aparecem algumas florestinhas a sua frente, do qual você precisa se esquivar.

Também é comum ver alguns brejos (passagem de água) que cortam a trilha. Esses são os momentos onde é mais fácil perder o rastro da trilha, devido ao fato do mato crescer depressa por ai. Como regra geral vale tentar seguir o mais reto possível, quando o rastro desaparece. Normalmente a trilha continuará do outro lado, na reta.

Outra técnica para voltar a encontrar o rastro da trilha é começar a andar em pequenos zigue-zagues de forma a cortar a trilha em algum momento. Aumente a frequencia do seu zigue-zague até que isso aconteça.

Quando isso não acontece, apele para o GPS, que nessas horas é quem vai te dizer o que fazer.

Na nossa trilha, tivemos uma boa baixa de moral quando chegamos ao fim da segunda parte. Começa-se a subir um monte e passa-se por um ponto floresta-de-arbustos. Não sei o nome a planta, mas é uma planta melequenta que gruda em você e dificulta sua passagem. Uma dica importante aqui: vá de calça - ir de bermuda nessa trilha é sofrível.

Logo após a Floresta de Arbustos, você enfrenta a segunda Floresta de Samambaias, que é fácil de passar. Após essa, você tromba com uma segunda floresta. Foi nesse momento que tivemos o momento tenso da nossa travessia. Seguindo rigorosamente o track do gps nesse momento crítico, não víamos passagem. As samambaias haviam crescido e não havia como passar, a não ser se quisessemos o dia inteiro arrancando as plantas pela raiz - impraticável.



Provavelmente o .gpx que havíamos baixado já tinha sido vencido pela Natureza - nenhum vestígio de trilha. Voltamos atrás alguns metros e tentamos descer em direção ao rio que sabíamos que ficava a nossa direita.

Não havia passagem. Nesse momento eu acreditei que nossa viagem estava terminada. Para piorar as coisas, nesse ponto da trilha muitas abelhas e formigas começaram a nos atacar - principalmente o meu amigo Wiliam - o que abaixou bastante nossa moral e nos deixou mais tenso.

Não nos restava muita alternativa a não ser voltar até encontrar um ponto de descida e atravessar o rio. Voltamos até a primeira floresta e daí começamos a discordar sobre o que deveriamos tentar fazer. Nesse momento, também, meu amigo percebeu que havia perdido seu canivete, ferramente do qual nossa janta do dia dependia (abrir a lata de feijoada). Eu acreditei que as chances de encontrar o canivete ainda mais dentro daquela floresta eram muito baixas.

Sem esperanças de encontrá-lo, voltei com meu amigo Wiliam até a um ponto da segunda floresta onde ele acreditou que o havia perdido. Parece que foi aí, do nada, que a sorte começou a nos sorrir.

Wiliam achou o canivete. Mesmo não acreditando, voltamos rapidamente ao início da primeira floresta para pensar numa proxima estratégia. Enquanto 2 de meus amigos se abasteciam no último ponto de água antes da Reta Final (a terceira parte não oferece pontos de água) eu discutia com Raimundo o que deveríamos fazer. O rio estava paralelo a nós, mas apresentava a famosa Mata Ciliar, que conhecemos bem. Quase sempre são instransponíveis (como Taioba, que conhecíamos bem, por exemplo). Eu sugeria que precisavamos voltar bastante até o ponto onde o rio rareasse , onde provavelmente haveria menos floresta também. Raimundo insistia que tentassemos descer perpendicularmente ali mesmo.

Estávamos tensos e eu não conseguia ver como Raimundo tinha esperanças de descer ali mesmo. Foi aí que a sorte nos sorriu uma segunda vez. Eu, um pouco com raiva de Raimundo por estar sugerindo algo que parecia impossível (atravessar uma floresta ciliar de um rio num ponto onde ele já estava relativamente grande), disse a ele:

"Raimundo, não tem como atravessar aqui! Olhe a floresta logo adiante!" - a floresta estava a apenas uns 15 metros da gente (sempre parece fácil, mas quando você chega em cima ela se fecha)

Daí eu comecei a descer apenas pra provar a ele que não tinha como. Qual não foi minha surpresa em cair numa trilha muito bem demarcada que ia diretamente em direção ao rio. Gritei nessa hora:

"Uma trilha!"

E começamos a descer. A trilha ia até o rio, já, realmente, bastante largo, como se vê nas fotos, no fim do relato. A trilha já estava bem determinada e nós apenas seguimos, atravessamos o rio e seguimos pela direita, pelas pedras (nada de mato).





Felizardo rio que atravessamos , esquivando-nos da Tenebrosa Floresta de Samambaias
From Travessia Travessão Braúnas



Nossas esperanças foram renovadas no início dessa terceira parte da trilha. Nos esquivamos da Floresta de Samambaias e seguimos adiante, sem ajuda do GPS, que nesse ponto não tinha muito a oferecer. Mas se seguissemos reto, voltariamos a nos encontrar, em algum momento, com a trilha principal.

Assim o fizemos, com bom senso e instinto, apenas.

No comecinho dessa terceira parte é possível avistar uma Cachoeira bonita que nunca tinhamos ouvido falar e não encontramos foto em nenhum lugar. Nenhum relato, nada. Já detectams que é muito difícil chegar a ela, mas tambe´m percebemos que ela possui um poço e 3 quedas. Já está no nosso radar!


(Terceira Parte da Trilha)
From Travessia Travessão Braúnas



Cachoeira Sem Nome, após a Floresta de Samambaias.
From Travessia Travessão Braúnas


Após essa passagem, segue-se um trecho de cerca de 8km monótonos com um mato não muito alto, mas cansativo. A história se repete, vários brejos, mas nenhum obstáculo instransponível, no entanto.

Nesse pedaço fomos relativamente rápido e melhoramos nossa velocidade média mas, depois de 10 horas e meia de percurso, chegamos no ponto final do primeiro dia, logo após a famosa porteira que marca o cotovelo da trilha. O começo da Reta Final.


Famosa Porteira, marco do Fim da Terceira Parte da Trilha, no cotovelo (curva para Braúnas).
From 2010-05-16 travessão-braúnas


Não tinhamos força pra continuar e ficamos por ali mesmo. Quando largamos a mochila o sol já havia nos abandonado e foi com a ajuda das lanternas que escolhemos o local para descansar os esqueletos. Estávamos bastante cansados, estressados e famintos. O local é deserto, mágico e totalmente selvagem.

Não há muito lugar onde se ficar. O local ali é interessante para se acampar apenas porque tem um ponto de água e porque já está relativamente próximo de Braúnas. Porém, mais longe do imaginávamos...


Fizemos nossa comida e fomos dormir as incríveis 8 da noite. Tarde para a ocasião. Já que as estrelas e os sapos eram nossos únicos companheiros por ali. Incrível noite de luar e um mundo de estrelas, só possível de ver quando tão próximo a natureza.

O frio também foi incrível. Por não termos levado muita bagagem acabamos passando um pouco de frio (mesmo tendo levado saco de dormir nivel médio). Ao acordar no segundo dia as 5 da manhã, uma má notícia.

Foi IMPOSSIVEL levantar nesse horário. O frio era de arrepiar e o sol ainda não dava nem sinais de que queria acordar. Nesse momento meu gps indicava que o sol nasceria apenas as 5:47 da manhã e decidi enquanto isso já preparar os pontos para o resto da viagem até Braúnas.

Fim do dia, após 25km de caminhada
From 2010-05-16 travessão-braúnas


E é daí que veio a triste notícia: o GPS, ao contrário do que dizia o track maper, gritava que ainad faltavam incríveis 6km para a Poderosa Cachoeira Braúnas. Todos de pé, naquele mato gelado (parecia realmente que havia nevado de tanto orvalho que caiu), tivemos, em meia hora, um conselho extraordinário para tomar uma penosa decisão:



Lugar onde acampamos, nãos e engane. O mato é alto! e nada confortável para dormir...
From Travessia Travessão Braúnas



Teríamos que desistir do nosso objetivo por falta de tempo. Ainda que conseguíssemos chegar até lá, só conseguiriamos chegar de volta ao carro na segunda de manhã, objetivo impraticável para nós.

Nos doeu ter que voltar os 25 suados km sem visitar uma das Cachoeiras dos nossos sonhos, mas assim foi.

Deixamos aqui, em aberto, o relato dessa última parte da trilha que aina hemos de fazer, por certo!

Mapa:
Super extra: O track do chão que marcamos, com vários pontos de interesse (inclusive os de água):

Visualizar Travessão-QuaseBraúnas - Caça #15 em um mapa maior

Terminamos aqui, deixando uma foto de dar água na boca dessa poderosa cachoeira, tão pouco conhecida e hiper misteriosa (foto concedida por um colega de estrada, Thiago, que já esteve lá!)
From Travessia Travessão Braúnas


Download de Mapas:
Versão .gpx (para GPS's)
Versão .kml (para Google Earth)


8 comentários:

Anônimo disse...

Essa cachoeira de Deus é aquela q ta no google earth como "Fantasma"? e essa cachoeira do Espelho, vindo do duas pontes, ela fica antes ou depois do travessão?
t+
Antonio Junior (jnr.corp@gmail.com)

Diego disse...

E aí Antonio!

1.Não! A cachoeira de Deus não tem fotos no GEarth! (não conheço ninguem que ja tenha ido a ela). A Fantasma está próxima dela, mas não é a mesma.

2.Fica antes. Fica próximo das pinturas rupestres! Sei que ela tem outro nome também (que não me vem agora). É fácil de chegar, sem mistérios!

abraço! (email anotado)

Rodrigo Silva disse...

Cara, vou fazer o trek travessão x braunas, talves estico até a lagoa dourada, se quiser ir, me manda e-mail que te passo mais infs... (rodrigojasilva@gmail.com)

Diego disse...

Fala meu caro, anotei o seu e-mail aqui! Essa é auma travessia que queremos muito fazer! =D vamos trocar ideia!

Trilhada... disse...

Olá pessoal, tudo bem?
Encontrei o link de vocês no Facebook...
Gostaria de perguntar para vocês com qual liberdade vocês postam essa rota livremente na internet, e ainda dando dicas de acesso?
Casos vocês não saibam, muitos dos pontos por vocês mostrados são Zonas Intangíveis do Parque Nacional da Serra do Cipó e não podem ser visitadas (a não ser se liberada a visita com pedido prévio ao ICMBio).
Ainda que há alguns anos (mais de seis certamente) as pessoas fizessem roteiros no Parque, isso não é mais permitido e simplesmente não pode ser assim postando na internet. E esse post é de 2010...
Isso é uma falta de respeito ao PARNA e ao ICMBio... E ao lugar!!
Outra coisa, algumas das cachoeiras que vocês dizem não conhecer ninguém que já tenha ido, já foram visitadas antes de 1998.... Se informem!!
E outro grande erro... dando nomes errados às cachoeiras... antes de colocarem nomes de cachoeiras na internet, se informem também! Muitos nativos que foram retirados do Parque, principalmente na região da Fantasma, chamam algumas quedas nomeadas por vocês com outros nomes... E é o nome dados pelos antigos moradores que deve prevalecer...
Portanto, vocês postam rotas não permitidas na internet, julgam quedas como desconhecidas (sendo que há quase duas décadas conheço pessoas que já dormiram por lá), dão nomes errados às quedas (sem respeitar a história e os moradores da região), e certamente não buscam informações com os nativos que conhecem aquilo como o rosto deles (porque a palma da mão a gente repara de vez em quando... o rosto é todo dia no espelho...)...
Sugiro que entrem em contato com o PARNA Cipó, e se quiserem manter este post no blog de vocês, é necessário indicar os nomes corretos, as informações corretas, e principalmente: avisar que a visitação é PROIBIDA!! Só pode ser feita com autorização do ICMBio...
E principalmente... procurem os nativos da região...
Lamentável, e espero que isso não se repita para outros roteiros apresentados por vocês...
Me parecem realmente bem intencionados e apaixonados por cachoeiras... Mas não é assim que as tratamos...

Diego disse...

Olá Trilhada,

Nós somos voluntários do Parque Nacional da Serra do Cipó. Na época em que fizemos essa trilha desse post, de fato ainda não tinhamos conhecimento disso. Atualmente só fazemos trilhas dentro do Parque com a devida autorização.

Obrigado pelo seu comentário: nós adicionamos um adendo ao início do post (confira lá).

Quanto ao nome das cachoeiras, você saberia nos informar os nomes oficiais? Teremos o prazer de corrigi-los!

Um abraço.

Anônimo disse...

este ai foi na raça na deus e braunas!!!rsrsrrs
http://frenesiselvagem.blogspot.com.br/2011/08/travessia-do-canyon-do-travessao-ponta.html#more

Diego disse...

ehaheauheuahe.

Esse cara é irado.
Nós achamos esse post ha um tempo atrás. E acabamos conhecendo essa figura.

ELe é top-hard! Topa todas!
Grande Antonio!!!!

Os Caçadores de Cachoeiras

Os Caçadores de Cachoeiras